Após retornar ao Centro Pokémon, Nate colocou seu novo Hoothoot, Ícaro, em uma Pokébola e Leon em sua própria cápsula, deixando-o descansar após a derrota. No dia seguinte podia pedir que a enfermeira Joy cuidasse dele, e assim que o efeito da Hypnosis desaparecesse, o Pokémon perceberia que havia perdido outra vez. Nate tinha que contar com Ícaro para treiná-lo e ajudá-lo nessa questão; ainda haveriam muitas derrotas até alcançarem o topo. O Cyndaquil precisava não só de treinamento físico, como também psicológico.
O rapaz tentou dormir, mas não teve sucesso. Já tinha imaginado que seria difícil depois do sonho anterior. Passou a encarar o teto, livrando sua mente de qualquer pensamento importuno. Até que ele virou a cabeça involuntariamente na direção da parede e abriu um sorriso travesso. O quarto de Lyra ficava naquele lado...
Se ele não conseguia dormir, então ela também não conseguiria!
A criança dentro de si o fez sair de seu quarto para bater na porta ao lado. Lyra não respondeu de imediato, o que obrigou Nate bater outra vez. Então finalmente Lyra respondeu, com uma voz sonolenta:
- Quem é?
- Seu amigo chato e infantil. Pode atender?
A garota abriu a porta claramente contra sua vontade. Vestia seu pijama, o cabelo estava solto e parecia ter sido penteado com as mãos à pressa. Ela tinha um olhar sonolento e antipático, mas aquilo só fazia Nate rir ainda mais.
- O que você quer? - Perguntou ela.
- Passar um tempo com a minha querida amiga! Precisa ser tão antipática?
Lyra suspirou. Não conseguiria ser grossa com o rapaz e expulsá-lo dali, sua personalidade não permitia.
- Tá legal, entra.
Nate adentrou no quarto ainda sorrindo e deitou-se na cama da garota, colocando os braços atrás da cabeça.
- Você veio aqui pra deitar? - Disse ela.
- Não. Quero conversar - respondeu.
Lyra sentou-se na beirada da cama, ainda esfregando os olhos na tentativa de despertar. Olhou para seu amigo, esperando ver o rapaz sorrindo e relaxando de olhos fechados; mas ao invés disso viu uma expressão aflita, um tanto triste.
- Nate, o que aconteceu? - Preocupou-se.
- Nada. É só... - Hesitou. - Não é nada de mais, sério.
- Você não me engana - disse Lyra, de maneira doce.
Nate se viu pressionado por aquele par de olhos serenos e gentis, e mesmo que Lyra não tenha realmente insistido, ele decidiu contar de uma vez. Continuou deitado e encarou o teto.
- Tive um pesadelo hoje.
A jovem teve vontade de perguntar como fora esse pesadelo, curiosa, mas resolveu ficar quieta. Nem precisou pedir para que Nate começasse a contar.
---
A tarde estava bem ensolarada, no belo céu azul havia poucas nuvens, e ainda podia se sentir uma brisa refrescante. Era um dia perfeito para se passar na praia, passar um tempo com o filho.
Um cidadão da pequena cidade de New Bark foi até Cherrygrove City com seu filho. Seria a segunda vez que o menino iria à praia. A criança estava mais animada que o pai, e sua alegria deixava o homem contente. Aquilo já valia todo o passeio.
Mas o tempo fechou assim que eles chegaram lá. Ficou nublado, várias nuvens negras tomaram conta do céu como se anunciassem chuva, até mesmo o mar havia ficado mais escuro, e a brisa refrescante fora substituída por um vento gélido. Porém, os dois não pareceram se importar com isso, se é que perceberam a diferença.
Correram para a praia já com seus calções de banho, o menino carregando sua bola. Pai e filho começaram a brincar à beira do mar, até que, graças à um chute errado do homem, o brinquedo caiu na água e foi levado para o fundo do mar. Vendo a feição triste de seu filho, o mais velho disse:
- Fique aqui, eu vou buscá-la.
- Você vai nadar até lá, pai?
- Sim. Por quê?
- A mamãe disse que não pode ir muito longe... Você pode se afogar...
O homem bagunçou os cabelos do garoto carinhosamente, sorrindo.
- É perigoso para você, que não sabe nadar. Mas eu sou o deus dos mares! Posso nadar durante dias que nunca irei me afogar.
- É sério?! - Admirou-se o garoto.
- Sim, filhote. Não saia daqui, viu?
Assim, o pai começou a nadar em direção à bola, que já desaparecia no horizonte. O menino ficou sentado na areia à espera do pai. Finalmente percebeu que esfriara de repente, e esfregou as mãos em seus braços na tentativa de se aquecer. Algumas gotas de chuva já começavam a cair e nada de seu pai.
Então ele ouviu um grito, seguido de uma escuridão sem fim que tomara conta do cenário. Agora a criança estava sozinha ali. Seu pai, seu amigo, seu herói, havia desaparecido.
---
Os dois permaneceram em silêncio, Nate tentando esquecer aquele pesadelo, Lyra absorvendo a tristeza do garoto. Conhecia bem a história da morte de seu pai, lembrava-se perfeitamente de como Nate ficara pra baixo quando soube de sua morte. Não sabia direito o que fazer para alegrá-lo, só sabia que precisava consolá-lo de alguma forma.
Lentamente, deitou a cabeça sobre o peito do rapaz. O mesmo ficou corado, mas no fundo estava agradecido pelo gesto de carinho.
- Pode procurar a mamãe sempre que tiver um pesadelo, viu? - Brincou Lyra.
- Tá me chamando de criança? - Disse ele, rindo.
- E estou mentindo?
- Quer saber de uma coisa? Você é uma amiga muito chata, sai do meu quarto - brincou o garoto.
- Nate, o quarto é meu.
- ...Ah é.
O rapaz se levantou e abriu a porta. Porém, antes de sair, se virou para Lyra.
- Obrigado, Lyra. Você é uma amiga incrível. Eu estaria mijando na cama se você não estivesse aqui para me consolar.
A garota corou, envergonhada, e resolveu cortar aquele clima sem graça deixado pela fala do rapaz.
- Nossa... "Mijando". Coisa legal pra falar pra uma garota, né? Continue assim Nate, e todas as garotas do mundo vão cair aos seus pés!
O garoto riu com a brincadeira da amiga, e depois de dar boa noite, voltou ao seu quarto para finalmente poder dormir tranquilamente. Desejava não ter nenhum outro sonho naquela noite, mas se tivesse, seria um sonho feliz. Se o pesadelo havia sido causado pela cena que vira na praia, aqueles minutos ao lado de Lyra lhe proporcionariam uma bela noite de sono.
Um cidadão da pequena cidade de New Bark foi até Cherrygrove City com seu filho. Seria a segunda vez que o menino iria à praia. A criança estava mais animada que o pai, e sua alegria deixava o homem contente. Aquilo já valia todo o passeio.
Mas o tempo fechou assim que eles chegaram lá. Ficou nublado, várias nuvens negras tomaram conta do céu como se anunciassem chuva, até mesmo o mar havia ficado mais escuro, e a brisa refrescante fora substituída por um vento gélido. Porém, os dois não pareceram se importar com isso, se é que perceberam a diferença.
Correram para a praia já com seus calções de banho, o menino carregando sua bola. Pai e filho começaram a brincar à beira do mar, até que, graças à um chute errado do homem, o brinquedo caiu na água e foi levado para o fundo do mar. Vendo a feição triste de seu filho, o mais velho disse:
- Fique aqui, eu vou buscá-la.
- Você vai nadar até lá, pai?
- Sim. Por quê?
- A mamãe disse que não pode ir muito longe... Você pode se afogar...
O homem bagunçou os cabelos do garoto carinhosamente, sorrindo.
- É perigoso para você, que não sabe nadar. Mas eu sou o deus dos mares! Posso nadar durante dias que nunca irei me afogar.
- É sério?! - Admirou-se o garoto.
- Sim, filhote. Não saia daqui, viu?
Assim, o pai começou a nadar em direção à bola, que já desaparecia no horizonte. O menino ficou sentado na areia à espera do pai. Finalmente percebeu que esfriara de repente, e esfregou as mãos em seus braços na tentativa de se aquecer. Algumas gotas de chuva já começavam a cair e nada de seu pai.
Então ele ouviu um grito, seguido de uma escuridão sem fim que tomara conta do cenário. Agora a criança estava sozinha ali. Seu pai, seu amigo, seu herói, havia desaparecido.
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Os dois permaneceram em silêncio, Nate tentando esquecer aquele pesadelo, Lyra absorvendo a tristeza do garoto. Conhecia bem a história da morte de seu pai, lembrava-se perfeitamente de como Nate ficara pra baixo quando soube de sua morte. Não sabia direito o que fazer para alegrá-lo, só sabia que precisava consolá-lo de alguma forma.
Lentamente, deitou a cabeça sobre o peito do rapaz. O mesmo ficou corado, mas no fundo estava agradecido pelo gesto de carinho.
- Pode procurar a mamãe sempre que tiver um pesadelo, viu? - Brincou Lyra.
- Tá me chamando de criança? - Disse ele, rindo.
- E estou mentindo?
- Quer saber de uma coisa? Você é uma amiga muito chata, sai do meu quarto - brincou o garoto.
- Nate, o quarto é meu.
- ...Ah é.
O rapaz se levantou e abriu a porta. Porém, antes de sair, se virou para Lyra.
- Obrigado, Lyra. Você é uma amiga incrível. Eu estaria mijando na cama se você não estivesse aqui para me consolar.
A garota corou, envergonhada, e resolveu cortar aquele clima sem graça deixado pela fala do rapaz.
- Nossa... "Mijando". Coisa legal pra falar pra uma garota, né? Continue assim Nate, e todas as garotas do mundo vão cair aos seus pés!
O garoto riu com a brincadeira da amiga, e depois de dar boa noite, voltou ao seu quarto para finalmente poder dormir tranquilamente. Desejava não ter nenhum outro sonho naquela noite, mas se tivesse, seria um sonho feliz. Se o pesadelo havia sido causado pela cena que vira na praia, aqueles minutos ao lado de Lyra lhe proporcionariam uma bela noite de sono.
Mijando kkkkk essa foi boa, como ela disse todas as garotas vão cair aos pés dele mesmo kkkkk
ResponderExcluirO capitulo ficou show, mas fiquei com dó da criança T^T tadinha dela...:'( Até eu teria acordado depois de um pesadelos destes!
BEm até logo!!!e continue assim :D
kkkkk Mijando... Esse Nate é bem sem noção kkk
ResponderExcluirE olha que foi só um sonho, imagina quando for revelado o que realmente aconteceu :( Mas tudo tem um lado bom, todas as histórias tem seus lados tristes e felizes :)
Até mais Luiz, valeu pela participação!
Isa-chan, que capítulo pequeno, mas emocionante. Nate e Lyra são mesmo grandes amigos e parceiros nessa jornada.
ResponderExcluirFiquei intrigado com o passado do Nate, como deve ter sido a infância entre a morte do pai (mas acredito que o pai dele está vivo) e o início do treinamento com a Clair (ou será q foi um em seguida do outro?).
Nate, não fale coisas como mijando, cagando e etc perto de uma garota delicada com a Lyra ou a maioria das garotas do mundo, ok? (E sim, eu ri com isso XD)
Isa-chan, vou ler o próximo!