sábado, 1 de fevereiro de 2014

Capítulo 13


 O rapaz de Blackthorn chegou em Azalea depois de passar pela Ilex Forest. Desceu de seu jipe e olhou em volta, a procura de alguém. Nos bancos próximos às árvores, quatro pessoas conversavam: duas delas estavam sentadas, um garoto ruivo e uma garota de cabelos azuis. De pé, uma garota de cabelos castanhos usando um chapelão branco, e ao seu lado, um rapaz loiro com um boné branco e vermelho.
 – Oliver?
 Os quatro olharam para ele ao mesmo tempo, e o loiro foi o único que o reconheceu. O recém-chegado acenou com um sorriso, mas Oliver apenas virou o rosto, emburrado.
 – Que foi, amigão?
 – “Amigão”? Grande amigo você é,Tony! Eu quase morri e você nem ligou!
 – Como assim?! O que aconteceu?
 Oliver lhe contou todo o ocorrido na Union Cave.
 – Cara, eu sinto muito – disse Tony. – Eu juro que não sabia, se não eu já teria ligado pra você!
 O loiro continuou emburrado por mais alguns segundos, mas sabia que seu amigo dizia a verdade. Abriu um sorriso e deu um soquinho no ombro de Tony.
 – Eu sei, irmão! Tava te testando!
 – Puxa, Oliver, você ficou muito parecido com o Nate agora – comentou a garota de chapéu branco.
 – Aquela peste meio que me deixou assim, Lyra – brincou ele. – A propósito... Tony, estes são meus amigos: Lyra, Cristina e Duke. Também são amigos do Nate, e os quatro salvaram minha vida lá na caverna. Pessoal, este é o Anthony, irmão do Kyle.
 Anthony apertou a mão de cada um.
 – E onde está o Nate?
 – Bem...
 Lyra gaguejou um pouco, mas lhe contou o que tinha acontecido com Nate. Falou sobre sua discussão com Kyle e sobre seu transtorno. Tony ficou preocupado com o amigo, mas por outro lado sabia que Nate não gostaria de ver alguém preocupado com ele.
 – Posso vê-lo? – Perguntou Tony.
 – Claro. – Lyra fez um gesto para que ele a seguisse. – Vem comigo.
 Tony a seguiu até o Centro Pokémon, sendo acompanhado por Duke, Cris e Oliver. Por acaso, eles encontraram Kyle e uma garota loira no caminho. A dupla estava dando uma volta pela cidade quando viram Tony. Kyle acenou brevemente e foi até ele, mas a cara de seu irmão não parecia muito simpática naquele momento.
 – Kyle!
 – Credo, Tony, que bicho te mordeu?
 O mais velho deu um tapa na cabeça do irmão.
 – Você tem que causar problemas, não tem? – Tony deu uma bronca nele. – Eles me contaram o que aconteceu com Nate. Para de implicar com o garoto, só pra variar!
 – Eu?! Ele quase me socou!
 – Isso não teria acontecido se você não tivesse o empurrado.
 – Caramba, Anthony! – Reclamou Kyle. – Você não pode ficar do lado de seu irmão pelo menos uma vez?
 Tony suspirou. Ele tentava ser uma figura paterna para Kyle desde que seu pai foi fazer uma exploração em Hoenn, e não era muito fácil.
 – Vamos falar disso depois. Agora, aproveitando que o Nate também está aqui, vou falar com os dois de uma só vez.
 O grupo já ia entrar no Centro Pokémon quando alguém cutucou Tony no ombro: a loira que acompanhava seu irmão. Olhando de perto, ela lhe parecia muito familiar...
 – Oi, Tony! Não me reconhece mais?
 Foi então que o rapaz a reconheceu.Ela tinha crescido muito...
 – Sarah...!
 – Já faz um tempo, não?
 Eles se abraçaram amistosamente.
 – Como você encontrou Kyle de novo? – Perguntou Anthony.
 – Depois eu conto. – Ela piscou. – Vamos, estou curiosa pra saber o que você quer falar!
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 Os jovens entraram no quarto de Nate e o encontraram debruçado na janela, olhando para o horizonte com um ar pensativo. Quando ele viu Tony, abriu um sorriso, o reconhecendo imediatamente. Eles não tinham mudado nada desde a última vez em que se viram.
 Anthony Redfox era um rapaz moreno de cabelos negros e olhos castanhos, magro e com estatura mediana. Usava uma camisa roxa escura com uma faixa vermelha em horizontal no meio, moleton vermelho, calça jeans azul, tênis vermelhos com detalhes pretos e um boné também vermelho. Em sua cabeça também havia um óculos azul, parecido com um de natação.



 Nate foi cumprimentá-lo, mas sua expressão fechou assim que notou Kyle. O Redfox mais novo também não gostou muito de ver Nate.
 – Ei, parem com isso – pediu Tony. – Eu quero falar com os dois. Apenas deixem esse desafeto de lado por cinco minutos, tudo bem?
 Mesmo relutantes, eles assentiram. Tony entregou um envelope azul para cada um, com um adesivo prateado com a letra E o deixando fechado. Os rapazes abriram e leram em silêncio.

“Caros treinadores,
 Nós da Equipe de Exploração estamos organizando um torneio em duplas. O torneio visa apenas a diversão e o entrosamento entre os treinadores de toda a região de Johto, não temos nenhuma ligação com a Liga Pokémon.
 Vocês poderão escolher apenas um parceiro de batalha para participar.
 Estamos fazendo os preparativos, mas assim que estabelecermos as regras, os membros de nossa equipe entregarão cartas com mais informações. O evento será iniciado em dois meses.
 Atenciosamente,
Equipe de Exploração de Blackthorn.

 Kyle passou sua carta para Sarah, enquanto Nate deixava seus amigos lerem.
 – Por que ninguém me avisou sobre isso? – Indagou Oliver.
 – Isso é assunto da equipe sênior. Eu sou só um mensageiro – respondeu Tony.
 Os mensageiros estavam acima dos juniores. Enquanto a equipe júnior fazia missões simples ou acompanhava algum membro sênior em uma exploração mais avançada para ganhar experiência de vez em quando, a equipe mensageira viaja pela região inteira, obtendo informações das trilhas e cavernas, e quando necessário levava recados de seus supervisores para os jovens de Johto, e vice-versa. Os seniores faziam as exploração mais arriscadas e cuidavam dos assuntos mais importantes do grupo.
 – Quando o chefe anunciou o torneio e pediu para os mensageiros levarem os convites para cada treinador jovem que encontrassem, eu logo pensei em vocês. Será uma boa experiência e, quem sabe, não dá um jeito nessa inimizade – explicou o irmão de Kyle.
 – Que demais! – Empolgou-se Nate. – Foi a melhor ideia que o alto escalão já teve! Eu estarei lá!
 – Eu também! – Aprontou-se Oliver. – Isso vai ser super...
 – Hã, Oliver... Foi mal, irmão, mas os membros do grupo não podem participar.
 O loiro ficou não gostou da notícia, mas se conformou.
 – Tudo bem, tudo bem... Eu tenho uma ideia – disse ele. – Nate, Kyle, escolham suas duplas e vamos fazer uma batalha em dupla para treinar!
 Nate olhou para seus amigos, pensativo. Depois de um minuto pensando, escolheu:
 – Lyra, quer ser minha parceira?
 – É claro! – Ela respondeu de imediato. – Farei meu máximo, eu prometo.
 Kyle nem precisou convidar Sarah para formar uma dupla com ela.
 – Espera, eu também quero batalhar – disse Cris. – Que tal... Eu e Duke contra Oliver e Anthony depois da batalha deles?
 Os rapazes aceitaram a proposta, mas Tony precisaria trocar seus Pokémons; ele já tinha 18 anos e todos em sua equipe eram muito fortes, com níveis acima de qualquer da equipe daqueles jovens. Não queria que aquela batalha fosse injusta.
 Tudo combinado, era hora da primeira batalha do dia.
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 No lado de Nate e Lyra, Leon e Trevor. No lado de Kyle e Sarah, a Vulpix do rapaz e a Corsola da garota. Kyle e Sarah tinham uma boa vantagem na batalha, já que o tipo fogo de Vulpix ganhava vantagem contra o tipo grama do Chikorita, enquanto a Corsola tinha vantagem contra Leon por ser um tipo aquático. Quanto à dupla de New Bark, Trevor teria de se encarregar da Corsola, e Leon teria uma luta de igual para igual contra a Vulpix.
 – Podem começar – disse Nate.
 – Que seja... Vulpix, use Ember no Chikorita!
A pequena raposa disparou brasas ardentes contra seu adversário, mas por sorte Leon entrou na frente de seu amigo, levando o ataque em seu lugar. Não provocou muito dano.
 – Agora, Leon, segure-a!
 No instante seguinte o Cyndaquil partiu para cima da fêmea, a imobilizando de modo que não pudesse atacar o Chikorita e o deixasse batalhar contra a Corsola. Nate mostrou o sinal de “positivo” para sua amiga, que agradeceu.
 – Trevor, mire na Corsola e use Razor Leaf!
 O inicial do tipo grama lançou várias folhas tão afiadas quanto navalha na direção de sua adversária.
 – Corsola, utilize Harden!
 O Pokémon Coral brilhou, e as folhas lhe causaram menos dano graças à sua defesa aumentada. Ainda assim, golpes do tipo grama geralmente a danificavam quatro vezes mais do que o normal, e o Harden provavelmente só diminuiu duas vezes.
 – Continue com Bubble! – Ordenou Sarah.
 A Corsola disparou algumas bolhas na direção de Leon e Vulpix, para a surpresa de seus oponentes. Por outro lado, Kyle permaneceu calmo, como se aquilo já estivesse planejado.
 – Tire o Leon dali, Trevor!
 O Chikorita usou seus chicotes para tirar seu companheiro de batalha da armadilha criada pela outra dupla. Mas a Vulpix de Kyle rapidamente esquivou das bolhas d’água e Corsola, e seus treinadores sorriram. Então, eles fizeram isso apenas para libertar a Vulpix...?
 – Estratégia arriscada, mas mostra a confiança que eles têm um no outro – observou Tony. – Muito bom.
 – Não subestime Nate e Lyra. Eles são amigos há muito tempo e seus iniciais também – disse Duke.
 – Vai Nate! Vai Lyra! – Torcia Cris.
 O próximo movimento foi de Lyra.
 – Trevor, Razor Leaf novamente!
 Dessa vez, Sarah logo ordenou que sua Corsola desviasse do ataque, mas eles já estavam preparados.
 – Quick Attack, Leon!
 Leon colidiu com a Corsola e a jogou de volta para a linha de tiro. Ela não teve chances de esquivar as folhas a acertaram, causando um belo estrago. Mais um pouco e ela cairia.
  – Está brincando com fogo, Nate – avisou Kyle. – Vulpix, utilize o Fire Spin!
 Da boca de Vulpix saiu uma poderosa rajada de fogo que foi em direção de Trevor em forma de vários anéis flamejantes. Leon correu para protegê-lo, mas uma bolha estourou nele de repente. A Corsola tinha se recuperado muito rápido.
 Trevor foi atingido e não aguentou o poder do ataque. Contudo, Leon conseguiu aproveitar o final do golpe e entrou no meio das chamas, saindo de lá na forma de uma roda flamejante. Ele acertou a aquática em cheio, lançando-a para longe, e por mais incrível que pudesse parecer, esse ataque foi decisivo para derrotá-la. Logo depois Leon foi na direção da Vulpix, que reucou de susto. Ela também foi atingida e só então Leon saiu do meio das chamas.
 Leon tinha crescido, as manchas agora se espalhavam por suas costas e na cabeça, chamas bem vivas saíam delas. Seus olhos foram abertos, eram castanhos avermelhados e brilhavam de animação.
 – L-Leon... – Nate mal acreditou.
 Diante de si estava um Quilava.



 Leon parecia mais determinado do que nunca, e Kyle estava visivelmente com raiva, ou até mesmo inveja.
 – Droga... Vulpix, Quick Attack!
 A raposa correu na direção do oponente na velocidade da luz, ganhando mais força a cada dois passos.
 – Colida, Leon!
 Desafiador, Leon preparou também um Quick Attack e disparou na direção da Vulpix. Mesmo que estivesse evoluído, ela já estava mais veloz e seu ataque, mais poderoso.
 Quando eles já iam colidir, algo pousou no meio do campo de batalha, levantando uma cortina de poeira enorme. 

Um comentário:

  1. :o que capítulo maravilhoso e amável, gostei de Tony, e por um momento, senti muita dó de Kyle, na parte que o próprio Tony o repreende, e fala que passava mais um papel paterno para o garoto, do que de próprio irmão, comecei a perceber os conflitos de Kyle ai ...
    Enfim, essa competição vai ferver, mas não sei o porquê, eu estou prevendo que Nate e Kyle sejam uma dupla desse concurso ..., mas enfim, estou curioso por essas duplas ...
    Leon evoluir foi sensacional, em um bom momento para Nate, como se fosse um escape para ele melhorar, embora tudo esteja sendo muito legal, a dupla Corsola e Vulpix é fenomenal, amo estes dois pokémons *-*, mas é claro ... Trevor e Leon são as estrelas ... ansioso para ver quem vai ser o campeão dessa luta ...

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